Em decisão inédita, empresa afirma que não permite conteúdos que associe vacinas a mortes ou danos graves (o vídeo também foi retirado do Instagram).
O Facebook tirou do ar o registro da mais recente live semanal do presidente Jair Bolsonaro. Na transmissão ao vivo, realizada na última quinta-feira (21), o chefe do Executivo declarou que vacinados contra a covid-19 “estão desenvolvendo a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (aids)”.
O vídeo também não está mais disponível no Instagram, que pertence ao Facebook.
Na live, Bolsonaro pegou uma espécie de jornal em que estaria registrada a suposta notícia e leu:
Relatórios oficiais do governo do Reino Unido sugerem que os totalmente vacinados (15 dias após a segunda dose) estão desenvolvendo a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida muito mais rápido que o previsto”.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, esta é a primeira vez que o Facebook remove uma live semanal do presidente. Conforme a publicação, até o momento, apenas uma publicação de Bolsonaro havia sido removida das redes sociais da empresa — em março de 2020, quando ele defendeu o uso de cloroquina e refutou o isolamento social para combater o vírus.
À Folha de S.Paulo, um porta-voz da companhia disse que os motivos para a exclusão do material foram as políticas da empresa relacionadas à vacina contra a covid-19. Autoridades da área da saúde afirmam que a associação entre o imunizante e a transmissão do HIV, o vírus da aids, é falsa e inexistente.
Em nota emitida no sábado (23), por exemplo, o Comitê de HIV/aids da Sociedade Brasileira de Infectologia ressaltou não conhecer nenhuma relação entre a vacina e o desenvolvimento da doença. Também destacou a importância de as pessoas que vivem com HIV/aids fazerem o ciclo completo da vacinação. Por fim, o comitê registrou repudiar notícias falsas que façam menção a “esta associação inexistente”.