Milton Ribeiro e Gilmar Santos, um dos pastores do MECO ministro da Educação, Milton Ribeiro, e o pastor evangélico Gilmar Santos. Ao fundo, o também pastor Arilton Moura.
Os pastores evangélicos apontados como lobistas do Ministério da Educação utilizavam um hotel em Brasília como “QG” para negociar liberações de recursos federais à prefeituras, de acordo com informações da Folha de S. Paulo. Arilton Moura e Gilmar Santos recebiam prefeitos, assessores municipais e servidores do MEC no hotel Grand Bittar, segundo relatos de outros frequentadores e de funcionários do estabelecimento.
Arilton e Gilmar eram tão assíduos no hotel que se tornaram conhecidos dos funcionários, que sabiam até alguma das suas preferências. Arilton, por exemplo, sempre comia cuscuz e ovo frito no café da manhã. Ainda de acordo com relatos, o fluxo de encontros e negociações era grande.
Dois trabalhadores do hotel disseram à reportagem da Folha que, em meados do ano passado, no restaurante, o pastor Arilton chegou a puxar uma barra de ouro do bolso esquerdo para exibi-la. O jornal O Estado de S. Paulo noticiou nos últimos dias que o líder religioso pediu 1 kg de ouro a um prefeito em troca da intermediação por verbas do Ministério da Educação.
Entenda a história dos pastores do MEC O ministro da Educação do governo Bolsonaro, Milton Ribeiro, disse em áudios revelados na segunda-feira (21), que o governo prioriza prefeituras cujos pedidos de liberação de verba foram negociados pelo pastor Gilmar Santos, um líder religioso que não trabalha no ministério. A gravação foi revelada pelo jornal Folha de S. Paulo. Milton Ribeiro diz, ainda, que essa prioridade seria uma solicitação do presidente Jair Bolsonaro (PL). Mesmo sem ter cargos no governo, Arilton e Gilmar cobravam propina das prefeituras para conseguir agendas e influenciar na liberação de recursos do MEC.