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Senador Randolfe Rodrigues alerta para possibilidade de derrota de Lula para Bolsonaro nas eleições 2022

Randolfe Rodrigues está preocupado. O principal líder da oposição ao governo Bolsonaro no Congresso e integrante da coordenação da campanha de Lula avalia que, a seis meses da eleição presidencial, as forças democráticas e o PT devem avançar para um outro patamar de enfrentamento a Bolsonaro. O senador da Rede do Amapá advoga que esta deve ser uma eleição de um único turno, sob pena de o PT ser novamente derrotado pelo atual presidente. Randolfe avalia que Bolsonaro hoje está muito mais forte do que em 2018, porque agora, além do apoio dos militares, trouxe para o núcleo do governo o que de mais profissional existe na política brasileira, no mau sentido, o Centrão. Em entrevista à coluna, faz um alerta: se os democratas não se unirem e se Lula não conversar com setores mais amplos da sociedade, para além da esquerda, Bolsonaro sairá vitorioso.


O senador compara o momento atual ao das Diretas Já, e propõe que Lula faça gestos em direção a todo o campo democrático, inclusive outras pré-candidaturas, como as da senadora Simone Tebet e dos ex-governadores João Doria e Eduardo Leite. Além, claro, de ex-aliados, que foram ou são pré-candidatos. Randolfe tenta há meses reaproximar Lula e Marina Silva, rompidos há mais de uma década, primeiro por divergências políticas e depois pela campanha fratricida feita pelo PT contra a senadora em 2014, na campanha de reeleição de Dilma Rousseff. O petista já deu sinais de que gostaria de se reconciliar com Marina, mas o PT resiste em qualquer pedido de desculpas. Randolfe acha que todos esses atores devem ter uma “tomada de consciência” sobre o momento histórico que o país atravessa.


“Já conversei com a Marina, mas a tomada de consciência deve ser não só dela, deve ser de Ciro, de setores democratas do MDB, que são muitos, dos setores democráticos do PSD não existe uma terceira opção. Existe a democracia e o pacto civilizatório ou o fim disso. (…) O PT também precisa ter essa consciência.” Sobre a necessidade de Lula ter conversas mais abrangentes do que vem tendo, Randolfe sugere que o ex-presidente se apresente como o Lula de 2002, e não como o de 1989.


“A campanha de Lula, e faço uma autocrítica porque estou nela, tem que ir para a rua, chamar toda a sociedade para conversar. Conversar com os sem-terra e com o agronegócio. Com o bancário, e com banqueiros. Conversar com os rincões da Amazônia e com a zona sul do Rio de Janeiro. Tem que caminhar pelo Nordeste, mas também pelo Sul. Conversar com o chão de fábrica e com a Faria Lima. Tem que conversar com a mídia alternativa, mas também com a Globo e a Record. Não deve ser uma candidatura da esquerda, mas sim uma candidatura da união nacional”, defendeu.