De acordo com dados da Rede de Observatórios da Segurança, uma mulher é vítima de violência a cada quatro horas no Brasil. Diante da campanha “Agosto Lilás”, que tem o objetivo de alertar a população sobre a importância da prevenção e do enfrentamento à violência contra a mulher, iniciativas dessa natureza ganham ainda mais relevância. É o caso de um projeto de inovação tecnológica desenvolvido pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), em parceria com o Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) e o Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), que utiliza a inteligência artificial para disponibilizar informações relevantes que auxiliam no combate ao problema.
Desenvolvido por professores, alunos e egressos do Laboratório Brain da UFCG, vinculado à Unidade Acadêmica de Sistemas da Computação (UASC), o sistema utiliza dados do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) para identificar os locais de maior incidência de casos de violência contra a mulher. Com base nessas informações, há a inclusão no mapa do calor no Google Maps (representação gráfica que expressa o comportamento social em determinados locais, físicos ou online), de forma automatizada. A ferramenta possibilita analisar os dados anuais de 2020 a 2023 e, utilizando técnicas de inteligência artificial, permite também fazer a previsão para os anos de 2024 e 2025.
Entre os objetivos do sistema estão mapear a incidência de violência contra a mulher, identificar padrões e correlações, fornecer insights para políticas públicas e promover a conscientização e a educação para o problema. O sistema também pode ser utilizado para monitorar o impacto da implementação e a eficácia das políticas públicas.
O professor Rohit Gheyi, um dos coordenadores do projeto, explica que, com a coleta contínua de dados e o uso de algoritmos de aprendizado de máquina, é possível comparar os dados antes e depois da implementação de uma política, avaliar se houve redução da violência e, portanto, se a política foi eficaz.
“A ferramenta oferece um conjunto de informações e previsões que podem contribuir na formulação e implementação de políticas públicas efetivas de combate à violência contra a mulher e na avaliação da eficácia dessas políticas, abrindo caminho para uma abordagem mais proativa e baseada em evidências para este importante problema social”, comentou o pesquisador .
(Ascom UFCG)