Neste domingo (04), a cidade de Pau dos Ferros foi marcada por um cenário de fogos de estampido, som acima do volume permitido e muita bebedeira, durante a pré-campanha da atual prefeita Marianna Almeida (PSD), que realizou sua convenção. Ao contrário de outros municípios que seguiram os protocolos e apenas anunciaram suas convenções, a pré-campanha em Pau dos Ferros optou por demonstrar poder e cometimentos de abusos.
As principais queixas foram sobre o barulho excessivo, causado principalmente pelos inúmeros paredões que circulavam pelas ruas da cidade. Este tipo de barulho é extremamente prejudicial para as crianças do espectro autista e animais. Em algumas ocasiões, foram avistados mais de cinco paredões andando juntos.
Além do barulho, vídeos e fotos mostraram a distribuição de adesivos, bandeiras e placas com fotos de pré-candidatos a vereador. A presença de pré-candidatos em eventos, fazendo gestos de números eleitorais, foi registrada. Também foram compartilhadas nas redes sociais imagens de tendas fornecidas por empresas contratadas pela prefeitura, evidenciando a falta de preocupação com o abuso de poder e crimes eleitorais.
Marianna Almeida foi vista sentada na porta de um veículo, em desrespeito às leis de trânsito. Outro ponto de preocupação foi a agressividade dos coordenadores de rua, que provocavam eleitores adversários e ligavam som alto em frente às suas casas. Durante a convenção, fogos de artifício com estampido foram lançados, em claro desrespeito à lei municipal nº 1.771/2021, sancionada pela própria prefeita.
A lei eleitoral é clara ao estipular que convenções não podem se transformar em atos de campanha, como a realização de carreatas, que extrapolam os limites do recinto da convenção partidária. O art. 36, caput, da Lei das Eleições (Lei n. 9.504/97) permite propaganda eleitoral apenas após 16 de agosto do ano da eleição.
Foi reportado também que pessoas ligadas à pré-candidata Marianna Almeida disseminaram informações em grupos de WhatsApp sobre a realização de carreatas antes e após a convenção. Entre os disseminadores estavam até pré-candidatos a vereador, reforçando a violação das normas eleitorais.