A Justiça Federal na Paraíba (JFPB) apresentou, nesta quinta-feira (23), o PJe Mobile 2 durante o XIV Encontro Nacional dos Usuários do PJe, realizado no Pleno do Tribunal de Justiça da Paraíba, em João Pessoa. O evento reúne representantes de tribunais de todo o país para discutir aperfeiçoamentos do Processo Judicial Eletrônico e compartilhar soluções tecnológicas que influenciam diretamente na prestação jurisdicional.
A apresentação foi conduzida pelo juiz federal Bruno Teixeira de Paiva, coordenador do Laboratório de Inovação da JFPB. Estiveram presentes o desembargador federal Rubens Canuto, Presidente da Comissão de Informática e do Comitê Gestor do PJe do TRF5; o desembargador federal Leonardo Coutinho; o diretor do Foro da JFPB, juiz federal Sérgio Murilo Queiroga; a diretora do Foro da JFPE, juíza federal Amanda Torres de Lucena; a diretora-geral do TRF5, Telma Motta; magistrados(as) e servidores(as) da 5ª Região.
Durante a explanação, o juiz federal Bruno Teixeira de Paiva explicou que todas as Seções Judiciárias do TRF5 estruturaram seus Laboratórios de Inovação e passaram a atuar em rede, com o objetivo de impedir redundâncias, evitar esforços duplicados e potencializar resultados. Nesse contexto, a proposta de mobilidade do PJe Mobile 2 foi apresentada como projeto estratégico regional, com potencial de expansão nacional.
Ele explicou que estudos técnicos realizados junto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) demonstraram que soluções anteriores de mobilidade baseadas no PJe possuíam limitações tecnológicas que dificultariam sua evolução. Por isso, optou-se por uma construção renovada, desde a arquitetura do sistema até a experiência do usuário. “A comunicação é via API e não depende da aplicação na web, o que reduz o impacto das oscilações tecnológicas e melhora a fluidez das atividades”, afirmou.
Na demonstração prática, o magistrado apresentou como o aplicativo evoluiu em usabilidade, permitindo consulta rápida aos processos, edição de minutas, assinatura de documentos e integração com ferramentas de inteligência artificial para análise automatizada de peças processuais.
A arquitetura independente do PJe Web garante estabilidade e continuidade do trabalho, mesmo em cenários de oscilação do sistema principal. “O objetivo é disponibilizar o aplicativo para todo o Judiciário brasileiro, ampliando a mobilidade e a produtividade de quem atua no processo eletrônico”, destacou.
O PJe Mobile 2 também avança na padronização da experiência de uso na 5ª Região, com visual modernizado, etapas simplificadas e compatibilidade com tablets para trabalho multitela.
Cooperação técnica e expansão nacional
O juiz federal Bruno Teixeira de Paiva apresentou o Cooperação Técnica firmado em março de 2025 entre o CNJ, o TRF5 e o Laboratório de Inovação da JFPB. O documento prevê a nacionalização progressiva da solução, com prazo de execução previsto até 2030. A implantação começa na 5ª Região, alcançando gradualmente os demais tribunais interessados.
Ao comentar o alinhamento tecnológico entre os tribunais regionais, o desembargador federal Rubens Canuto explicou: “Os TRF5, TRF1 e TRF3 vêm trabalhando em conjunto no desenvolvimento do PJe 2.X já há uns dois anos. Então, as nossas versões são muito semelhantes, de modo que a compatibilidade com a versão mobile é total.”
Ao reforçar o caráter nacional do PJe Mobile 2, o desembargador afirmou: “O sistema foi feito, não para a Paraíba, não para a região, mas para o uso nacional como um todo. Os tribunais que tiverem interesse é só solicitar a documentação, que nós assinaríamos com a maior rapidez possível.”
Próximas evoluções
O PJe Mobile 2 segue em desenvolvimento contínuo, incorporando funcionalidades que ampliam o alcance da ferramenta. A agenda de entregas envolve: Token digital, eliminando o uso do dispositivo físico; notificações personalizadas; filtros e etiquetas para priorização de tarefas; logs de auditoria e controle de assinaturas; possibilidade de operação offline; e integração com modais de IA generativa.
As melhorias serão implementadas sem alteração da proposta central: tornar a mobilidade uma realidade para magistrados, servidores e, futuramente, para demais perfis do PJe. O juiz Bruno Teixeira destacou que o aplicativo está alinhado à transformação tecnológica que já ocorre no Judiciário: “Estamos vivendo o segundo salto tecnológico do processo eletrônico: da web para o celular.”
