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Laudo mostra que ruptura genital foi a causa da morte de jovem após encontro com jogador paraibano

O atestado de óbito de Lívia Gabriela da Silva Matos, estudante de 19 anos que morreu após ter relação sexual com um jogador da base do Corinthians, aponta que a jovem teve uma “rutura de fundo de saco de Douglas com extensão à parede vaginal esquerda”.
A jovem passou mal no apartamento do atleta e teve quatro paradas cardíacas por causa de um sangramento intenso na região íntima. Dimas Cândido de Oliveira acionou o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) quando percebeu que Lívia tinha desmaiado.
O Saco de Douglas, também conhecido como espaço retouterino, é uma cavidade localizada entre o reto e o útero da mulher. Já a “rutura” significa que no local havia uma ruptura ou corte.
A médica ginecologista Karoline Landgraf explicou, em um vídeo publicado nas redes sociais, que esses casos não são incomuns e podem acontecer em relações consentidas e inconsentidas:
Esse caso chamou muita atenção, mas todo ginecologista já atendeu algum caso de laceração pós-coito na sua carreira.Não é incomum. Eu já atendi no mínimo 10 casos durante a residência em ginecologia. A perda de sangue pode ser intensa a depender da profundidade da lesão (pelo que foi noticiado, essa jovem teve uma lesão de 5 cm) e causar hipovolemia. E a hipovolemia é uma causa importante de parada cardíaca”, afirma a médica.
Em entrevista à TV Globo, o advogado da família da jovem, Alfredo Porcer, afirmou que o que pode ter provocado a ruptura ainda está em investigação:
Segundo a Polícia Militar, o jogador relatou que ele e Lívia Gabriele da Silva Matos se conheceram por meio de uma rede social e mantiveram contato por cerca de um mês. O encontro de terça era o primeiro entre eles.
Em nota, o Corinthians afirmou estar ciente dos acontecimentos que envolveram um de seus atletas da base e que aguarda a investigação do caso. Disse, ainda, que está à disposição para colaborar com as autoridades e as famílias.
O advogado Tiago Lenoir, que defende o jogador, afirmou que o atleta prestou socorro e não houve crime.
De acordo com a PM, o jogador declarou que a mulher começou a sangrar e desmaiou durante a relação sexual e ele chamou o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
A PM foi acionada no PS por volta das 21h30 por causa da morte considerada suspeita. Os militares levaram o jogador e um amigo dele de 17 anos até o 30º DP (Tatuapé). Esse amigo também é jogador do Corinthians, mas não estava no apartamento. Ele foi chamado por Dimas no PS para dar apoio e para levar um carregador de celular.
De acordo com o boletim de ocorrência, o jogador declarou que não usaram drogas, nem bebida alcoólica e mantiveram relações sexuais sem uso de qualquer objeto.
A SSP (Secretaria da Segurança Pública) disse que na residência do jogador havia manchas de sangue. O local foi preservado para perícia. O caso foi registrado como morte suspeita no 30° DP. O caso foi repassado para a 5ª DDM (Delegacia de Defesa da Mulher). A equipe da unidade já ouviu algumas pessoas.
Ainda de acordo com a SSP, foi realizada perícia no apartamento do jogador, bem como exames de corpo de delito. Os laudos estão em fase de elaboração e serão analisados pela delegada responsável assim que ficarem prontos. As investigações prosseguem.
Pai da jovem acionou a PM
O pai da jovem, um policial militar aposentado, e o jogador do time sub-20 do Corinthians se desentenderam enquanto Matos ainda era atendida pela equipe médica.
De acordo com o boletim de ocorrência, ele recebeu a informação por parte da equipe do hospital de que a filha tinha uma fissura vaginal de cinco centímetros. Ele conheceu o jogador e conversaram. Porém, o jovem avisou que tinha ligado para o pai -que mora em Minas Gerais- e ele teria comprado uma passagem para o jogador viajasse para o estado às 23h desta terça (30).
Nesse momento, o policial disse que o jogador, diante daquela situação, deveria permanecer no local, “chegaram inclusive a se desentender no hospital, por esse motivo acionou a viatura”, traz trecho do registro policial.
O advogado Tiago Lenoir rechaçou as declarações. “Isso não procede. Ele comprou a passagem antes [do ocorrido]. Ele quem chamou o Samu e acompanhou tudo.”
Segundo a assessoria do Corinthians, o militar aposentado é prestador de serviço de uma empresa terceirizada que atua na segurança do Centro de Treinamento do time.