A Polícia Federal encontrou R$ 430 mil em espécie em um flat onde o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) se hospeda em Brasília, na manhã desta sexta-feira (19). O líder do Partido Liberal na Câmara dos Deputados é alvo da operação Galho Fraco, que apura desvio de recursos públicos oriundos de cotas parlamentares.
🔎A cota parlamentar é uma verba mensal disponibilizada para que os deputados arquem com os custos e despesas do mandato, como passagens aéreas, aluguel de carro, combustível, etc. O valor da cota é diferente para cada estado, porque leva em consideração o preço das passagens aéreas de Brasília até a capital do estado pelo qual o deputado foi eleito. No caso do Rio de Janeiro, estado de Sóstenes, o valor mensal é de R$ 41.553,77.
Operação Galho Fraco
A operação Galho Fraco apura desvio de recursos públicos oriundos de cotas parlamentares. Além de Sóstenes, o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) também é alvo.
Foram expedidos sete mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e no estado do Rio de Janeiro. A ação é desdobramento de uma operação deflagrada em dezembro de 2024 e apura os crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
No ano passado, assessores de Sóstenes e Jordy foram alvos da PF, que viu um “acordo ilícito para o desvio de recursos públicos oriundos de cotas parlamentares” com a utilização de contratos falsos com locadoras de veículos.
Defesas
Em nota, Jordy negou irregularidades:
No dia de hoje, endereços ligados a mim e ao líder do meu partido, deputado Sóstenes Cavalcante, foram alvo de buscas da Polícia Federal, autorizadas pelo ministro Flávio Dino.
As diligências são um desdobramento de buscas realizadas em dezembro do ano passado e teriam como foco supostas irregularidades no aluguel de veículos do meu gabinete. Uma das alegações é que a empresa contratada — da qual sou cliente desde 2019 — possuiria apenas cinco veículos. Se o contrato existe há anos, o que a operação anterior não encontrou para justificar nova ação agora?
Não cabe ao parlamentar fiscalizar a frota ou a estrutura interna da empresa contratada, mas sim contratar o serviço mais eficiente e pelo menor custo, como sempre fiz.
É inadmissível, em uma democracia, que a Polícia Federal seja usada para intimidar parlamentares da oposição. Buscas contra deputados exigem indícios concretos de crimes graves e a atuação de autoridades imparciais.
Causa estranheza que eu e o deputado Sóstenes, justamente quando investigamos o roubo de bilhões do INSS, tenhamos endereços violados e documentos apreendidos enquanto exercemos nosso dever constitucional de fiscalização.
Seguirei firme na oposição e na CPMI do INSS. Essas ações não irão me intimidar nem interromper meu trabalho em defesa dos aposentados.
Sóstenes Cavalcante ainda não se manifestou.
SBT News