
O Futuro da Educação no Brasil: Entre a Tradição e a Inovação. Entrevista com Celso Fernandes, Diretor Comercial da Kaizen Educação
A educação vive um momento de transformação global, e o Brasil não fica à margem desse processo. Nos últimos anos, pesquisas ao redor do mundo têm apontado que a combinação entre métodos tradicionais e ferramentas tecnológicas pode ser a chave para um ensino mais eficiente. Um exemplo emblemático vem dos Estados Unidos, onde algumas instituições de ensino reduziram o uso de dispositivos eletrônicos em sala de aula para mensurar seus efeitos no aprendizado. Os resultados revelaram que alunos que priorizaram livros físicos e interações presenciais apresentaram um desenvolvimento cognitivo mais robusto, com menos problemas de concentração. No Brasil, o tema ganha ainda mais relevância diante do avanço das inteligências artificiais e da recente decisão do Governo Federal de proibir o uso de celulares nas salas de aula. Para entender melhor os desafios e oportunidades desse cenário, conversamos com Celso Fernandes, empresário de destaque em múltiplos setores e atual Diretor Comercial da Kaizen Educação. Ele defende que a educação é o alicerce para o futuro do país e tem dedicado esforços ao desenvolvimento de materiais didáticos que harmonizem inovação e tradição. Entrevista Jornalista: Celso, como você avalia o momento atual da educação no Brasil? Celso Fernandes: O Brasil tem registrado progressos em algumas áreas, mas ainda enfrenta desafios estruturais profundos. A pandemia escancarou as desigualdades no acesso a um ensino de qualidade, reforçando a importância da educação presencial para uma formação integral. Os livros didáticos, por exemplo, seguem sendo indispensáveis, pois estimulam a criatividade dos alunos e os afastam do excesso de exposição às telas, algo fundamental em um mundo cada vez mais digital. Jornalista: Quais são os principais investimentos que estão sendo realizados no setor atualmente? Celso Fernandes: Há um crescimento significativo na produção de materiais didáticos inovadores, capazes de competir com a atenção dispersa dos estudantes diante das redes sociais e da internet. O grande desafio das editoras hoje é criar conteúdos que se destaquem em meio a tantas distrações digitais e que consigam engajar os alunos. Esse movimento ganhou ainda mais força com a decisão do Governo Federal, seguindo o exemplo de diversos estados e municípios, de proibir o uso de celulares nas salas de aula. A medida busca melhorar a concentração dos estudantes e reafirmar a relevância dos materiais didáticos tradicionais. Jornalista: Qual é o impacto das novas tecnologias na educação, na sua visão? Celso Fernandes: As tecnologias podem ser grandes aliadas, mas é crucial equilibrar seu uso com métodos tradicionais. O aprendizado não pode se tornar refém exclusivo de telas e dispositivos eletrônicos. Os livros didáticos, por exemplo, continuam desempenhando um papel vital no desenvolvimento do pensamento crítico e na autonomia do estudante, promovendo uma aprendizagem mais profunda e menos fragmentada. Jornalista: E no setor público? Quais são os maiores desafios? Celso Fernandes: O setor público enfrenta obstáculos consideráveis na implementação de políticas educacionais, seja por restrições orçamentárias ou pela falta de infraestrutura adequada em muitas escolas. Além disso, é essencial capacitar os professores para que consigam manter o engajamento dos alunos, mesmo diante de tantos estímulos externos. Sem uma formação adequada, a qualidade do ensino pode ser seriamente comprometida. Jornalista: Sabemos que você está à frente do desenvolvimento de novos materiais didáticos. Pode nos contar mais sobre esse projeto? Celso Fernandes: Com certeza. Na Kaizen Educação, estamos criando conteúdos que unem metodologias tradicionais a abordagens inovadoras. Nossos materiais incluem livros interativos, projetos pedagógicos dinâmicos e atividades que estimulam o pensamento crítico. O objetivo é oferecer um ensino que preserve a essência da educação clássica, ao mesmo tempo em que dialoga com as demandas do mundo contemporâneo. Jornalista: Para encerrar, qual você considera ser o maior desafio dos agentes públicos na área da educação? Celso Fernandes: O maior desafio é a formação dos professores e a preparação dos estudantes para o futuro. Com as novas possibilidades de ensino, é imprescindível que os educadores estejam preparados para engajar os alunos e integrar diferentes metodologias no cotidiano da sala de aula. Paralelamente, os estudantes precisam desenvolver habilidades para um mundo em constante transformação. Investir na capacitação docente e na inclusão de materiais didáticos mais relevantes é o caminho para uma educação de qualidade no Brasil. A entrevista com Celso Fernandes deixa evidente que a educação brasileira está em um momento crucial. Equilibrar inovação e tradição, além de garantir que os materiais didáticos continuem cumprindo um papel central, são desafios fundamentais para o futuro do ensino no país.