A política paraibana, em meio a suas constantes reconfigurações, volta e meia apresenta nomes que conseguem romper os limites municipais e projetar-se no cenário estadual e até nacional. Um desses nomes é Fábio Tyrone, ex-prefeito de Sousa pelo PSB, cuja trajetória política e administrativa o coloca hoje como um dos potenciais candidatos a uma cadeira na Câmara Federal. Três vezes prefeito de uma das maiores cidades do Sertão, Tyrone não apenas se elegeu, mas conseguiu a rara façanha de manter aprovação elevada ao longo de gestões consecutivas, coroando sua caminhada ao eleger o sucessor Helder Carvalho. Esse é um dado que, por si só, evidencia consistência política e capacidade de articulação, atributos cada vez mais escassos em um cenário de mandatos efêmeros e rejeições crescentes. Mais do que números de popularidade, Tyrone construiu uma marca. Empresário bem-sucedido, combina a visão de gestão com o pragmatismo da política do interior, que exige diálogo direto e permanente com a população. Não por acaso, em suas próprias palavras, ele ressalta que “a política requer militância” e que não pode ser feita “de última hora, como se fosse a defesa de algo individual”. Essa compreensão traduz uma prática de antecipação e presença constante, tanto no Sertão como em outras regiões da Paraíba. Sua caminhada agora, de caráter estadual e até nacional, tem um objetivo claro: compreender as aspirações do povo paraibano e transformá-las em agenda. Como afirmou em um de seus discursos recentes, Tyrone busca “estar mais perto das pessoas, com sensibilidade para entendê-las”, reforçando que sua eventual atuação parlamentar não seria isolada, mas construída com base em escuta e representatividade. Se chegar à Câmara Federal, Tyrone terá o desafio de repetir, em Brasília, a capacidade de liderança que mostrou em Sousa. A capital da República, no entanto, é palco de disputas mais duras e de um jogo político em que muitas vezes a técnica e a boa intenção não são suficientes. Será preciso provar que a experiência local pode se transformar em ação nacional, que a defesa de um “sertão unido e pujante” pode dialogar com as demandas de todo o país. Ainda assim, é inegável que Tyrone reúne diferenciais. Como ele mesmo afirma, sua luta é “para empoderar a minha gente, a favor dos esquecidos e invisibilizados”. Essa bandeira, se mantida de forma coerente, pode fazer dele uma voz distinta no Congresso, onde muitos se perdem entre compromissos de ocasião e alianças pouco transparentes. O Sertão paraibano já produziu grandes lideranças políticas. Tyrone parece disposto a ocupar esse espaço, sem pressa, mas com a consciência de que, como disse, sua “liderança política não termina amanhã”. É um projeto de longo prazo, que pode começar com uma eleição em 2026, mas que se projeta como um compromisso de vida pública, tal como ele defende desde 2006, quando iniciou sua militância. Em tempos de descrédito, o eleitor costuma valorizar quem apresenta história, consistência e resultados. Nesse ponto, Tyrone tem capital político suficiente para disputar com legitimidade e competitividade. Se o futuro confirmará esse potencial, só as urnas dirão.